História da bicicleta no Brasil

Conheça alguns dos principais momentos da história desse meio de transporte no país

As bicicletas fazem parte do dia a dia de milhares de brasileiros. Hoje, andar de bike é uma das principais opções para fugir do trânsito, sendo um meio de transporte alternativo para ir ao trabalho, à escola ou à faculdade. Isso sem contar que ela é a opção preferida de muitos para praticar exercícios regularmente.

Porém, você sabe qual é a história da bicicleta no Brasil? Que tal conhecer um pouco mais sobre alguns dos principais pontos dessa trajetória histórica no texto abaixo?

Origem no século XIX

É difícil remontar o início da história desse meio de transporte no Brasil. Ao longo do século XX, poucos historiadores se debruçaram sobre o tema, o que limitou bastante o que se sabe sobre a chegada da bicicleta no país. Antes, a bibliografia sobre esse meio de transporte ficou reduzida às citações em notícias de jornais ou informativos de clubes.

Contudo, sabe-se que as primeiras bicicletas, vindas da Europa, chegaram por aqui no final do século XIX. Esse processo ocorreu, sobretudo, nas cidades de São Paulo e em Curitiba, que recebeu um grande número de imigrantes europeus nesse período. Na capital paulista, o Club Olympio Paulista foi o primeiro clube amador de passeios e corridas de bicicleta do país, sendo fundado em 1892.

A sua existência foi curta e, em 1894, ele foi refundado como Club Olympico Paulista. Na ocasião, ele foi o responsável por realizar a primeira corrida de bicicleta da cidade, em 21 de junho. No mesmo ano, teve início a importação das bikes para o Brasil, sendo que em 1895 também foi fundado um clube de ciclismo em Curitiba, enquanto em São Paulo foi inaugurado o primeiro velódromo do Brasil, em 15 de setembro daquele ano.

Apesar da proliferação de clubes de ciclismo em outras capitais do país entre o final do século XIX e início do século XX, a bicicleta era uma realidade distante para a maior parte da população. Isso ocorria em detrimento dos altos custos de importação e de não existirem oficinas e fabricantes de bikes no Brasil, sendo, nesse primeiro momento, utilizadas apenas pela classe mais abastada do país.

Popularização na década de 1950

Após a Segunda Guerra Mundial, a indústria nacional de produção de bicicletas passou a viver um novo momento no país, sendo que, na década de 1950, ela tornou-se o “veículo da classe trabalhadora”. Foi nesse período que vários fabricantes passaram a ter mais destaque, como Monark, Caloi, Role, Gorick, Gallo, Regina, Tamoio, Everest, Apolo, Bluebird, Marathon, Luxor, Rivera e tantas outras.

Todos esses fabricantes tinham o desafio de superar o interesse pelas bicicletas importadas de países como França, Alemanha, Suécia e Inglaterra. Entretanto, apesar do cenário otimista da década, a decisão do então presidente Juscelino Kubitschek de priorizar a matriz do transporte nacional para veículos motorizados prejudicou um pouco o crescimento desse mercado.

Mesmo com essa mudança, que trouxe os primeiros fabricantes de veículos leves, caminhões e ônibus para o Brasil, ainda havia espaço para as bicicletas. No entanto, com o Golpe Militar de 1964, muitos negócios foram afetados pelas reformas monetárias implementadas pela ditadura, resultando no fechamento de empreendimentos que tinham dívidas atreladas ao dólar.

Domínio da Caloi e Monark

Diante desse cenário de dificuldades para a maior parte das fabricantes, esse período também marcou o início do crescimento das marcas Caloi e Monark no Brasil. Elas adquiriram vários dos fabricantes menores, resultando no fechamento das marcas, o que contribuiu para que elas passassem a exercer um monopólio no mercado brasileiro.

Esse domínio perdurou até o final da década de 1980, quando surgiu o mountain bike e o mercado brasileiro passou por um período de abertura, aumentando a importação de bicicletas da China e de Taiwan. Isso gerou uma grande transformação no mercado nacional, obrigando as marcas Caloi e Monark a se reajustarem para sobreviver.

Uma das novas marcas que surgiram foi a Houston, do grupo Claudinho. Um fator que contribuiu para que ela garantisse uma fatia do mercado é o fato do grupo ser proprietário da rede de lojas de varejo Armazém Paraíba, que tem centenas de lojas espalhadas pelas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil, aumentando, assim, o alcance das bikes.